Emissões de gases de efeito estufa crescem 16% no entorno da BR-319
Segundo Observatório do Clima, dado permite vislumbrar "tendência de ocupação e devastação da região"
As emissões de gases de efeito estufa por uso da terra e agropecuária cresceram 16% nos municípios do entorno da rodovia BR-319 (Manaus-Porto Velho) em 2019, frente ao registrado em 2018, indo de 54,7 milhões de toneladas de CO2 equivalente para 63,8 milhões. Os números foram divulgados, nesta 5ª feira (9.fev), pelo Observatório do Clima.
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Segundo a rede de entidades, eles "permitem vislumbrar a tendência de ocupação e devastação da região - a mais preservada da Amazônia - com o avanço da pavimentação da rodovia". Dentre os 13 municípios, dez tiveram aumento nas emissões de 2018 para 2019 e três tiveram queda.
Na média nacional, as emissões de gases de efeito estufa por uso da terra e agropecuária cresceram 11% no período. Ainda de acordo com o Observatório do Clima, quem defende a pavimentação do chamado trecho do meio da BR-319, promessa que avançou nos últimos anos, "alega que a estrada irá integrar a região, favorecer a logística e o desenvolvimento da economia". Entre os defensores, estão políticos locais, empresários, madeireiros ilegais e parte do agronegócio. Contudo, fala o Observatório, cientistas e ambientalistas "advertem que a implantação da obra no coração da Amazônia poderá fazer explodir o desmatamento na região, com efeitos irreversíveis sobre a floresta e, consequentemente, ao clima".
Há 42 Unidades de Conservação (UCs) da Amazônia na área de influência da BR-319. Conforme o Observatório do Clima, elas "seriam impactadas com a implantação das obras de infraestrutura". Pelos dados do Inpe, ressalta, "cinco delas ficaram entre as dez áreas protegidas mais desmatadas da Amazônia Legal em 2021: a Reserva Extrativista (Resex) Jaci-Paraná, a Floresta Nacional (Flona) do Bom Futuro, o Parque Nacional (Parna) Mapinguari, a Floresta Estadual Tapauá e a Floresta Nacional Balata-Tufari".
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