Fachin havia alertado sobre possível invasão em julho do ano passado
Divisão da população em meio à chegada das eleições era preocupação do ministro
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), havia alertado, em julho do ano passado, que o Brasil poderia registrar um episódio "ainda mais grave" do que a invasão ao Capitólio, nos Estados Unidos, em 2021. Na data, o magistrado, antes presidente da Corte, estava em Washington e discutia sobre as eleições brasileiras.
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"O que se tem dito no Brasil é sobre a ocorrência de um episódio ainda mais agravado do que 6 de janeiro daqui [dos Estados Unidos] do Capitólio", disse Fachin, referindo-se à divisão política da população. Para o ministro, independentemente do resultado das urnas em outubro, a população deveria prezar pela democracia e não por atos de revolta.
Apesar dos procedimentos da Justiça Eleitoral para evitar episódios violentos, um grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiu os prédios dos Três Poderes, em Brasília, destruindo vidros, móveis, encanamentos e obras de arte. A ação resultou na prisão de mais de 300 pessoas e no afastamento do governador Ibaneis Rocha (MDB).
A comparação entre os atos criminosos nacionais e os ocorridos no Capitólio foi citada diversas vezes, inclusive em veículos de imprensa internacionais. Isso porque, segundo o cientista político Caio Barbosa, a extrema-direita brasileira é influenciada pelo que ocorre nos Estados Unidos, seguindo, inclusive, teorias da conspiração.
Ainda ontem acompanhei o presidente @LulaOficial junto com a primeira dama @JanjaLula e vários outros ministros em visita as áreas já periciadas no Planalto e depois STF. Concluo que as ações de ontem não foram apenas vandalismo pois partiu de gente do mal, terroristas. pic.twitter.com/VWnQL4kgD9
? Wellington Dias (@wdiaspi) January 9, 2023
"Ainda tem muita investigação rolando que podem, potencialmente, punir o ex-presidente Donald Trump. Aqui, as imagens mostram cenas semelhantes. Os manifestantes estão posando dentro do Congresso de forma muito semelhante ao que aconteceu nos Estados Unidos", disse Barbosa ao SBT News.
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