Brasil

Ex-ministro defende investigação e "medidas mais incisivas" contra acampamentos

José Eduardo Cardozo afirma que diálogo deve ser primeiro instrumento, mas vê retirada como legítima

Ministro da Justiça e Advogado-Geral da União no governo de Dilma Rousseff (PT), o advogado e professor José Eduardo Cardozo defendeu a remoção de acampamentos bolsonaristas -- aos quais chamou de "movimento político antidemocrático" -- em frente a quartéis do Exército. Cardozo apontou o diálogo como primeira opção, mas disse que, se necessário, devem ser adotadas "medidas um pouco mais incisivas".

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As declarações foram dadas em entrevista à jornalista Roseann Kennedy, no programa Poder Expresso, do SBT News, nesta 3ª feira (27.dez). "Retirar esses acampamentos é algo absolutamente legítimo. Claro que devemos fazê-lo pelas formas pacíficas, pelo diálogo, pelo convencimento, mas, evidentemente, por trás dessa iniciativa do convencimento existe o poder do Estado, que tem que se impor para que a ordem seja mantida", disse.

"Agora, quando nós estamos na iminência de uma posse, quando há indícios de que pessoas que estavam nesse acampamento estão procurando confusão com atos de violência, eu preciso tomar medidas um pouco mais incisivas", acrescentou o ex-ministro.

No último sábado (24.dez), a polícia localizou uma bomba em um caminhão de combustível próximo ao Aeroporto de Brasília. Em depoimento, o acusado, George Washington de Oliveira Sousa, afirmou que a ideia para o atentado nasceu em conversas no acampamento montado em frente ao QG do Exército na capital federal por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que não aceitam o resultado da eleição.

Cardozo também avaliou que "as autoridades ficaram silenciosas demais" diante dos acampamentos, e cobrou que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal investiguem "quem está por trás dessas manifestações, quem paga essas manifestações e que conduta as autoridades, uma vez cientificadas de certas ações, tiveram para que possa configurar eventual prática de prevaricação ou mesmo situações passíveis de serem enquadradas no plano da improbidade administrativa".

Em relação à conduta do presidente Jair Bolsonaro diante da ação de seus apoiadores, o ex-ministro afirmou que a "responsabilidade política parece ser evidente". "O presidente da República não pode fazer o que ele fez. Diante de pessoas que são seus adeptos praticando atos que estão praticando, erguendo bandeiras que estão erguendo, um presidente da República que defende a democracia e que jurou cumprir a Constituição tinha o dever de pedir que parassem e tomar postura de liderança em relação a isso. O presidente se omitiu. O presidente guarda um silêncio que eu não diria nem que é um silencio obsequioso, é um silêncio cúmplice."

Segurança de Lula

Cardozo também comentou sobre a segurança do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a cerimônia de posse e ao longo do mandato. Para o ex-ministro, será necessário um "novo padrão de atuação, porque a segurança sempre atua a partir de uma leitura da conjuntura. Conjunturas perigosas exigem medidas que evidentemente blindem a autoridade desse perigo".

Ainda sobre o tema, o advogado defendeu um compartilhamento da responsabilidade sobre a segurança do presidente entrea Polícia Federal e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI): "Em condições normais, eu não vejo nenhum problema que isso pudesse ser realizado pela força A, pela força B, pela força C. Mas, diante das condições que nós estamos vivendo hoje, a dimensão de compartilhamento e acompanhamento pessoal dos ministro de Estado em relação a isso, me parece que é uma experiência que não pode ser desprezada".

Assista à íntegra da entrevista: 

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