"Se Lula propuser reformas, ele pode contar comigo", diz Zema
Governadores de Minas, Rio Grande do Sul e Espírito Santo participaram de Congresso em São Paulo
Três dos 18 governadores reeleitos no país estiveram nesta 5ª feira (8.dez), em São Paulo, onde participaram do Congresso Brasil Competitivo 2022. Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul, e Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo, falaram a empresários em meio a discussões sobre como aumentar a oferta de processos digitais, que podem impulsionar a economia brasileira. O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), havia primeiramente confirmado presença, mas cancelou a participação.
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No evento, os três governadores também falaram de temas políticos. Romeu Zema revelou que não vai à posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Alegou problema na agenda, já que também cumprirá um protocolo de posse, em Belo Horizonte. Garantiu que não é por divergências políticas, dizendo, inclusive, que pode se alinhar a Lula.
"Se o presidente Lula propuser uma Reforma Tributária e Administrativa, ele pode contar comigo, eu estarei do lado dele, porque eu quero as reformas que o Brasil precisa", disse.
Perguntado se não temia ser chamado de traidor, aproximando-se de Lula, adversário e desafeto do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), para quem Zema fez campanha, respondeu: "De jeito nenhum, porque eu defendo isso desde o primeiro dia, eu não estou sendo incoerente".
O gaúcho Eduardo Leite disse que, se o horário não coincidir com a própria posse, pretende ir a Brasília, em 1º de janeiro, numa deferência à democracia. Ele fez uma avaliação sobre a aprovação da PEC da Transição, no Senado Federal -- praticamente toda a bancada do PSDB votou a favor. Para Leite, o governo eleito deixou a desejar no comprometimento com equilíbrio fiscal.
"Há uma compreensão de que é necessário avançar numa revisão desse regime fiscal. O que se demandava e se esperava que o novo governo fosse capaz de fazer é de apresentar quais medidas vai adotar como garantia do equilibro fiscal. E isso não vem sendo apresentado", afirmou.
Renato Casagrande, do Espírito Santo, correligionário do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, também defendeu responsabilidade com as contas públicas por parte do novo governo, e criticou o atual, comandado por Jair Bolsonaro, pelos cortes na área de educação que deixaram bolsistas de universidades públicas sem pagamento.
"Corte em gastos essenciais, na reta final, mostram total desorganização do governo. O governo está desorganizado, tem que fechar o ano para evitar infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal, para ver se não tem problema pro futuro."
