No Rio, Bolsonaro defende empresários alvos de ação no STF
Acusados de atos antidemocráticos participaram de eventos no Rio e em Brasília; presidente ataca Lula
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a defender nesta 4ª feira (7.set), no Rio, que os empresários alvos de ação do Supremo Tribunal Federal (STF) por atos antidemocráticos "tiveram a privacidade violada". A busca e apreensão da Polícia Federal contra o grupo formado por oito donos de companhias brasileiras ocorreu em 23 de agosto, na sequência de uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, integrante da Corte.
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"Pelo amor de Deus, estamos do lado dessas pessoas (os empresários) que nada mais tiveram que a privacidade violada, não quero que isso aconteça com vocês", disse. "Liberdade se você perder, você perdeu tudo", disse Bolsonaro, que discursou na orla da Praia de Copacabana.
Cinco empresários apoiadores do presidente acompanharam os atos ao lado do mandatário em Brasília e no Rio. Ente eles, Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, que esteve com o presidente desde o café da manhã, oferecido a aliados no Palácio da Alvorada, e chegou a discursar no ato em Brasília.
Discurso
Bolsonaro disse que o país vive um "momento de decisão". E afirmou que o governo será muito melhor caso seja reeleito. "Neste momento de decisão -- e vocês sabem que nós somos escravos das nossas decisões -- vejam a vida pregressa [dos candidatos], não só pessoal mas também ao longo do seu respectivo mandato, para vocês poderem fazer a sua decisão", pediu o presidente.
Ao se referir a seu principal oponente na disputa eleitoral, Bolsonaro subiu o tom contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Referiu-se a Lula como "quadrilheiro de nove dedos que disputa a eleição no Brasil" e defendeu que "esse tipo de gente deve ser extirpada da vida pública". Afirmou ainda que os eleitores de esquerda "são cabeças vazias, são pessoas que não têm nada a apresentar".
Bolsonaro foi ovacionado pela multidão presente. Apoiadores ocuparam pelo menos 12 quadras da orla e alguns exibiam faixas antidemocráticas contra o STF e o TSE. "O que faltava era acordamos da letargia, da mentiras, das palavras bonitas e da enganação contra a população. Eu não sou educado, falo palavrões, mas não sou ladrão", afirmou Bolsonaro.
O presidente voltou a acenar aos evangélicos e defendeu a pauta de costumes: "Sabemos que o estado é laico, mas o seu presidente é cristão. O nosso governo respeita carta da democracia que é a Constituição, o outro lado que assina cartinha, não respeita a Constituição".
Em relação às críticas ao STF, Bolsonaro repetiu o tom do discurso de mais cedo em Brasília: mais ameno na forma e no conteúdo. Não fez ataques diretos ao Supremo ou a seus ministros.
Apoiadores
O mandatário dividiu o palanque com comandantes militares, altos oficiais generais das três Forças Armadas, políticos e líderes religiosos. Entre eles, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente, o candidato a vice na chapa, general Braga Netto, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), o ex-ministro e candidato ao Senado Marcos Pontes (PL) e o pastor Silas Malafaia, um dos patrocinadores do evento na orla de Copacabana. O ato, no Posto 6, coincide com os festejos, pelas Forças Armadas, do Bicentenário da Independência.
O evento também contou com aliados que ganharam os holofotes após denúncias e investigações do poder judiciário e da Polícia Federal. Entre eles, Fabrício Queiroz, o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) e o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Queiroz e Pazuello são candidatos a deputado federal pelo Rio; já Silveira iria concorrer ao Senado, mas teve candidatura negada nesta 3ª feira (06.set) pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio, e está inelegível.
Bolsonaro chegou ao Rio por volta das 14h e, antes de se juntar ao ato em Copacabana, participou de uma motociata. O político cumprimentou apoiadores e vestia um casaco fechado, o que sugere que ele pode estar usando colete a prova de balas.
Desde cedo, salvas de tiros de artilharia foram executadas no Forte de Copacabana, de hora em hora. As comemorações pelo Bicentenário da Independência no Rio começaram com uma parada naval e música com bandas militares.A Esquadrilha da Fumaça também fez uma apresentação nos céus de Copacabana.