RJ: presa diretora de creche suspeita de desviar R$ 6 milhões da Educação
A mulher e o companheiro teriam gastado parte do dinheiro com viagens e até remédios para libido
Lilia Lima e o companheiro, Alceu Jorge, foram presos nesta 4ª feira (03.08), na Rocinha, Zona Sul do Rio de Janeiro. A polícia recebeu informações de moradores que o casal estava na comunidade. Eles não ofereceram resistência no momento da prisão. A mulher é diretora da creche Art Tio João, que fica na Rocinha, e está sendo investigada por desvio de verbas públicas.
O casal foi alvo da Operação Desfralde da Polícia Federal. Os dois são suspeitos de movimentar mais de R$ 6,2 milhões, entre 2018 e 2021. Parte do dinheiro vinha de programas federais e teria sido usado para pagar viagens e realizar compras até de remédios para libido. Lilia ainda teria falsificado documentos para aumentar o número de crianças atendidas na creche e assim garantir o aumento de repasses de verbas públicas. A investigação mostra que, além de ser a principal beneficiária das transferências bancárias, a diretora fazia várias movimentações para o seu companheiro. Os dois foram levados para a Sede da Polícia Federal, no Centro da cidade. Segundo a PF, Lilia e Alceu serão indiciados pelos crimes de peculato e estelionato, cujas penas somadas podem chegar a 18 anos de reclusão.
"A Federal nos informou que havia esse mandado de prisão, que eles eram da comunidade da Rocinha, porém não foram encontrados na semana passada e através de informações do setor de inteligência nós conseguimos encontrá-los na data de hoje. Apreendemos também com os mesmos três telefones celulares, um notebook e diversos documentos referentes a creche. Eles vão responder pelos crimes de majorado e peculato. A pena pode chegar a 18 anos de prisão.", disse a delegada responsável pelo caso.
Para evitar a interrupção do atendimento prestado às crianças na creche da Rocinha, foi determinado o sequestro do imóvel. Trata-se de uma medida judicial voltada para a retenção de bens móveis e imóveis do indiciado ou acusado de um crime. A unidade passou a ser administrada pela Secretaria Municipal de Educação, que contribuiu com as investigações.
