Governo de São Paulo lança rede de atendimento e combate à varíola dos macacos
Plano inclui 93 hospitais que serão referência no apoio aos casos mais graves e serviço de orientação 24h
O governo de São Paulo anunciou nesta 5ª feira (4.ago) o lançamento de um plano de enfrentamento de combate à varíola dos macacos, doença causada pelo vírus Monkeypox. A iniciativa foi nomeada de "Rede Emílio Ribas de Combate à Monkeypox", e inclui 93 hospitais de retaguarda, protocolos de diagnóstico e assistência, rede credenciada de laboratórios para testagem e vigilância genômica. O plano terá a coordenação integrada das Secretarias de Saúde e a pasta de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde do Estado.
A rede de atendimento, que faz parte do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, maior centro de tratamento de doenças infectocontagiosas da América Latina, será referência junto com os hospitais universitários, como o Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da USP) e o HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão Preto, e os hospitais gerais próprios do estado. De cordo com o governo, a estratégia de combate à doença contará com serviço de orientação 24 horas para profissionais de saúde, intensificação de ações de capacitação e criação do Centro de Controle e Integração, formado por 24 especialistas.
Durante a coletiva, também foi apresentado o protocolo especial para as gestantes. A partir do diagnóstico da doença em uma mulher grávida, ela será acompanhada pelos municípios e indicada para o parto em uma unidade de saúde de alto risco. Todas as maternidades deste tipo no Estado serão referência para casos de varíola símia em gestantes. Nesses casos, a indicação e de acompanhamento pelos municípios em pré-natal de alto risco e a indicação para o parto será de cesárea.
"O objetivo central é somar esforços e integrar as instituições e centros de excelência para promover ações estratégicas de prevenção e cuidado, levando em consideração o aprendizado diante dos últimos enfrentamentos de endemias e pandemias. O Estado de São Paulo está preparado para responder de maneira ágil a esse novo desafio", destaca David Uip, Secretário de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde.
Vigilância Epidemiológica
A rede também envolverá uma forte vigilância laboratorial e genômica da varíola dos macacos por laboratórios públicos e privados, sob o comando do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) e do Instituto Adolfo Lutz, por meio do laboratório central na cidade de São Paulo e de 13 regionais localizadas no litoral e interior do estado. O Lutz fará toda a vigilância genômica dos casos, acompanhando o comportamento da doença com a análise do vírus em circulação em São Paulo.
A rede também vai credenciar outros laboratórios do estado para a realização de exames de PCR em Tempo Real e RT-PCR para detecção do DNA do vírus. Uma resolução conjunta das duas secretarias estaduais será publicada com todas as normativas com os requisitos para o processamento das amostras. Dessa rede farão parte o Instituto Butantan, os laboratórios universitários e privados.
Também serão realizadas pela Rede ações de comunicação educativa para a população de todo o Estado de São Paulo, com foco em prevenção e na identificação de sinais e sintomas sugestivos de varíola dos macacos.
"Este conjunto de ações desenvolvidas pelas equipes das duas Secretarias de Estado são fundamentais para o enfrentamento da doença em São Paulo. São diretrizes importantes e que auxiliam toda a rede de saúde e a população, evitando agravamentos pela doença e a ampliação da transmissão em SP", destaca o Secretário de Estado da Saúde, Jean Gorinchteyn.