Câmara convoca Marcos Valério para detalhar suposta relação do PT com o PCC
Operador do Mensalão disse em depoimento à PF que ouviu dizer que partido tinha relações com facção criminosa
A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou nesta 3ª feira (5.jul) um requerimento de convocação do empresário e publicitário Marcos Valério para prestar esclarecimentos sobre declarações dele feitas à Polícia Federal. Em delação premiada à PF, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Valério teria afirmado que ouviu do então secretário-geral do Partido dos Trabalhadores (PT), Sílvio Pereira, que a legenda tinha ligações com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), e que administrava um caixa secreto de R$ 100 milhões. O requerimento é de autoria do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
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Marcos Valério se tornou conhecido nacionalmente em 2005, por ser operador financeiro do esquema conhecido como Mensalão, que previa o pagamento de propina a parlamentares da base aliada do governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em troca de apoio político. O empresário foi condenado a 37 anos de prisão pelo STF.
O publicitário também terá que contar detalhes sobre as supostas ligações de integrantes do PT com o assassinato do prefeito Celso Daniel, que comandava a prefeitura de Santo André (SP) e foi assassinado em 2002. Em depoimento à PF, Marcos Valério, também teria dito que Celso Daniel teria um dossiê com detalhes do financiamento ilegal de petistas.
A data da audiência no Câmara dos Deputados ainda não foi definida. Em nota, a defesa de Sílvio Pereira disse que "a delação do Sr. Marcos Valério não passa de uma criação mental fantasiosa". "Não é a primeira vez que ele fala sobre Celso Daniel, na outra oportunidade não chegou a falar sobre uma facção criminosa paulistana. Aparecer esta menção às vésperas de uma eleição deixa transparecer o interesse político eleitoral em sua divulgação ou em sua própria efetivação. Essa narrativa sobre o Sílvio José Pereira já foi avaliada pela força-tarefa da Lava Jato, não havendo sequer merecido o aprofundamento da investigação destes fatos", completou.
**Reportagem atualizada às 21h00 de 06/07/2022
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