Relator pede cassação de Arthur do Val por fala sobre ucranianas
Deputado Delegado Olim (PP) entregou representação contra do Val
O deputado estadual Delegado Olim (PP), que relata a ação contra o deputado Arthur do Val (União), pediu que do Val perca o mandato na Assembleia Legislativa de São Paulo. Em parecer, apresentado nesta 5ª feira (7.abr), Olim apresentou relatório para cassação do deputado. O processo começou após polêmicas em torno de declarações de do Val durante viagem a Ucrânia, no início do conflito entre o país e a Rússia.
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No começo de março, foram divulgados áudios em que o político faz declarações sexistas a respeito de refugiadas de guerra ucranianas. Em uma das gravações, enviadas a um grupo no WhatsApp, Arthur do Val afirmou que as mulheres ucranianas são "fáceis, por serem pobres". O parlamentar foi alvo de diversos pedidos de cassação do mandato na Alesp.
No pedido de cassação, Olim declara que as ações de Arthur do Val foram graves e infringiram o decoro parlamentar. "Sem mais digressões, estando evidenciada a gravidade das condutas do representado, flagrantemente atentatórias ao decoro parlamentar, conclui-se este parecer com a proposta - que não pretende ser exaustiva, mas pode e deve ser completada pelos nobres Pares - de que, tramitado por completo o feito, pelas razões que encerra e pelas disposições emanadas nos dispositivos legais invocados, seja aplicada ao Deputado ARTHUR MOLEDO DO VAL a medida disciplinar de perda do mandato", diz trecho do parecer apresentado.
Questionado pelo SBT News sobre se o parecer seria aprovado pelo Conselho de Ética da Alesp, Olim limitou-se a dizer: "Lógico". E acrescentou: "será cassado". Em nota, a assessoria do deputado alvo do pedido de cassação, por sua vez, disse que ele "recebe com tranquilidade o relatório feito pelo relator da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo". "O parlamentar não tem dúvidas de que seus pares se convencerão de que o erro cometido por ele - pelo qual já pediu desculpas - não deve ser punido com o mandato. Os comentários que foram alvo da representação no Conselho de Ética, ainda que indevidos, não constituem crime e não foram feitos durante a atividade parlamentar, já que Arthur do Val estava de licença do mandato. Arthur do Val não tem dúvida de que o Parlamento irá respeitar a vontade de 500 mil paulistas que o elegeram para o mandato que ele exerce com dedicação e honestidade", completou.
A deputada Maria Lucia Amary, presidente da Conselho, já tomou conhecimento sobre o relatório de Olim, mas ainda não foi notificada oficialmente.
Confira a íntegra do relatório: