Pesquisadores festejam eficácia no tratamento de câncer de mama avançado
Pesquisa mundial com nova droga inclui estudos de três hospitais brasileiros e testou tratamento em 524 mulheres
Um estudo internacional com participação de três hospitais brasileiros aponta para uma alta eficácia de um novo tratamento contra o câncer de mama agressivo. A pesquisa publicada no The New England Journal of Medicine mostra que 75,8% das 524 pacientes que testaram o trastuzumabe deruxtecan apresentaram redução da doença e ganharam sobrevida.
O trastuzumabe deruxtecan é uma terapia biológica. O medicamento é inserido em anticorpo, que entra e destroi a célula com tumor e outras que estiverem próximas, em casos com metástase, quando o câncer se espalha em outros órgãos.
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O tratamento é feito em pacientes que não apresentaram melhora com outras terapias convencionais, como quimioterapia e radioterapia. No Hospital Nossa Senhora da Conceição de Porto Alegre, que integra o estudo, 5 mulheres realizam o tratamento, atualmente.
O mastologista da instituição é enfático sobre a importância do tratamento. Segundo José Luiz Pedrini, em breve, a terapia deverá ser usada em outros tipos de câncer. "Eu não tenho dúvidas de que o futuro vai estar nas drogas inteligentes como essa que estamos testando", disse.
Ainda de acordo com ele, o combo formado por droga e anticorpo gera menos reações adversas, como queda dos cabelos, dor no corpo e cansaço. O próximo passo da pesquisa é aplicar o medicamento em mulheres com esse tipo de câncer em fase inicial, antes mesmo da operação para retirada dos tumores.
Por enquanto, o trastuzumabe deruxtecan não é oferecido no SUS, mas, segundo o pesquisador, isso não deve demorar muito. O câncer de mama é o que mais mata mulheres no Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer.
