Caso Marielle: crime completa 4 anos sem prisão dos mandantes
Motivação do duplo homicídio também é desconhecida. Caso já está em seu 5º delegado
O assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, completa 4 anos nesta 2ª feira (14.mar). A investigação do duplo homicídio resultou na prisão de duas pessoas, mas ainda não respondeu às principais questões relacionadas ao caso: quem são os mandantes do crime e qual a motivação.
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Ao longo desses 1.461 dias, cinco delegados já assumiram as investigações. O policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz estão presos desde março de 2019, acusados de terem executado o crime e serão julgados por júri popular pelas duas mortes. Lessa também foi condenado por ocultação e destruição de provas junto com a esposa, Elaine Lessa, o cunhado, Bruno Figueiredo, e outras duas pessoas, já que as investigações constataram que os fuzis -- inclusive o utilizado no crime -- foram jogados ao mar no dia seguinte à prisão de Lessa. No entanto, todas as buscas feitas no mar da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, foram frustadas e a submetralhadora MP-5 utilizada por Lessa continua desaparecida, assim como o veículo clonado no qual ele e Élcio estavam no dia do crime.
A vereadora Marielle Franco e o seu motorista foram mortos a tiros na noite do dia 14 de março de 2018, no Estácio, região central do Rio. O carro em que estavam foi alvejado por vários disparos, sendo que quatro tiros atingiram Marielle e três acertaram Anderson. Ela voltava de um evento na Lapa, também na região central, quando um outro veículo emparelhou e disparou diversas vezes. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro, que lançou uma linha do tempo da investigação nesta 2ª, informou que, "nos últimos três meses, colheu novos depoimentos relacionados à segunda fase da investigação que busca apurar eventuais mandantes do crime."
Homenagens e protestos
As escadarias da Câmara Municipal do Rio de Janeiro (Alerj) amanheceram com faixas pedindo a resolução do caso. Em suas redes sociais, a deputada federal pelo Talíria Petrone (PSOL-RJ), publicou fotos do ato ao lado da víuva de Marielle Franco, Monica Benicio.
Amanhecer por Marielle nas escadarias da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
? Talíria Petrone (@taliriapetrone) March 14, 2022
Marielle foi executada, mas nunca interrompida! Exigimos justiça!
? Luis Capellão pic.twitter.com/LbAjMcCpd7
O instituto Marielle Franco também relembrou a data com um vídeo onde pede a resolução do caso.
4 anos de busca por justiça e de defesa da memória de Marielle e Anderson. Quatro anos que permanecemos de pé pra transformar o luto em luta.
? Instituto Marielle Franco (@inst_marielle) March 14, 2022
Neste #14M, seguimos buscando pelas respostas: quem mandou matar Marielle e por quê?#JusticaPorMarielleEAnderson #4AnosSemRespostas pic.twitter.com/gC3RjZjiyP