Modernismo buscou mudar nossa realidade para melhor, diz pesquisador
Semana de Arte Moderna está completando 100 anos
Há exatamente 100 anos, artistas se reuniram em São Paulo para defender uma arte genuinamente brasileira, que retratasse as cores, os sotaques, as alegrias e os problemas do país. O evento ficou conhecido como Semana de Arte Moderna. Considerada um evento de contraposição ao parnasianismo, corrente ligada à tradição clássica europeia, ela impactaria as manifestações artísticas que viriam a seguir, influenciando uma geração de novos escritores, como Jorge Amado e o poeta Carlos Drummond de Andrade. O movimento modernista inovou na literatura, na música e nas artes visuais, com questionamentos que impactam a nossa cultura até hoje.
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De acordo com Luiz Armando Bagolin, pesquisador sobre arte e teorias da arte, a Semana de Arte Moderna não inaugurou o modernismo no país, mas "foi muito importante", em especial do ponto de vista simbólico, porque configurou o primeiro evento coletivo a reunir as linguagens, artes plásticas, literatura e música com "com o propósito de fazer as pessoas verem que havia outro tipo de estética correndo lá fora".
Ele acrescenta que "o tópico dos modernos nas várias iniciativas ao longo do tempo foi sempre buscar, por intermédio da arte, fazer com que a nossa realidade fosse convertida para uma realidade melhor, mais justa, mais igualitária". A historiadora e escritora Marcia Camargo, por sua vez, diz que o grupo participante, formado por Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Anita Malfatti, entre outros, já vinham questionando um "tipo de fazer artístico passadista".
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