Morre aos 83 anos a escritora Lya Luft

A escritora Lya Luft morreu na madrugada desta 5ª feira (30.dez), em Porto Alegre. Ela tinha 83 anos e lutava contra uma melanoma, um tipo de câncer, que foi descoberto já com metástase. Natural de Santa Cruz do Sul (RS), Lya Luft faleceu em casa. A confirmação da morte foi dada pela filha, Suzana Luft, que também informou que a mãe morreu enquanto dormia.

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Lya Luft é autora de 31 títulos, como O quarto fechado, As parceiras e Perdas e ganhos. Sua primeira obra foi publicada em 1964, a antologia de poemas Canções de liminar. Em 1972, lançou outro livro de poesia, Flauta doce. Estreou na prosa em 1978 com um volume de contos: Materia do cotidiano.

Em 1980, lançou o romance As parceiras, no qual a narradora Anelise se vê às voltas com os fantasmas da avó, das tias, da irmã e de uma amiga e com a história própria família, marcada pela loucura. No ano seguinte, publicou A asa esquerda do anjo, que acompanha a filha de uma rígida família alemã do Sul do Brasil

Anos mais tarde, em 2001, pela tradução de Lete: arte e crítica do esquecimento, do filólogo alemão Harald Weinrich, Lya recebeu o prêmio da União Latina e em 2013, com o romance O tigre na sombra, conquistou o prêmio da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Estudou pedagogia e letras anglo-germânicas na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) o obteve os títulos de mestre em linguística pela Faculdade Porto-Alegrense (FAPA) e doutora em literatura brasileira pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde também era professora. Traduziu escritores como Vigina Woolf, Rainer Maria Rilke, Hermann Hesse, Doris Lessing e Thomas Mann.

Homenagens

A Academia Riograndense de Letras se manifestou sobre o falecimento.

"Nossa homenagem chegou em tempo e trouxe alegria aos seus últimos dias", informou o presidente da entidade, Rafael Bán Jacobsen.

O governador do Rio Grande do Sul também falou sobre a morte de Lya Luft.

"O RS perde um dos seus maiores nomes da literatura. Lya Luft nos deixa aos 83 anos e abre uma lacuna difícil de ser preenchida. Que Deus conforte a família e os amigos", postou Eduardo Leite (PSDB-RS).

 O escritor Sergio Abranches disse:

"Muito triste com a morte de Lya Luft. A literatura brasileira fica mais pobre. Lya e eu não pensávamos igual e nos dávamos bem, porque cuidávamos do que tínhamos em comum", homenageando a escritora.

 
O velório e o enterro devem ser restritos à família.