Descoberta nova espécie rara de dinossauro brasileiro
Museu Nacional afirma que Berthasaura Leopoldinae representa um dos esqueletos mais completos dos répteis descobertos no Brasil
Pesquisadores do Museu Nacional/UFRJ, da COPPE/UFRJ e do Centro Paleontológico da Universidade do Contestado (CENPALEO) anunciaram a descoberta de uma nova espécie de dinossauro, batizada de Berthasaura Leopoldinae. Com aproximadamente 1 metro de comprimento, o animal de pequeno porte viveu onde hoje está o município de Cruzeiro do Oeste, noroeste do Paraná.
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A tomografia computadorizada revelou que Berthasaura possuía bico córneo, sem dentes, com lâmina óssea bem desenvolvida na arcada superior, diferente de todas as espécies encontradas no país até agora, considerando sua alimentação.
O nome "Berthasaura" dado à espécie é uma homenagem à pesquisadora e professora Bertha Maria Júlia Lutz (1894-1976), considerada pela equipe de paleontólogos " uma das principais líderes na luta pelos direitos políticos das mulheres brasileiras".
Já "Leopoldinae" homenageia tanto a Imperatriz brasileira Maria Leopoldina (1797-1826), entusiasta das ciências naturais, quanto a escola de samba Imperatriz Leopoldinense, que honrou o Museu Nacional com o tema de seu desfile em 2018.
O esqueleto de Berthasaura Leopoldinae foi encontrado em escavações conduzidas em um corte de estrada rural em Cruzeiro do Oeste, como informou Luiz Weinschütz, geólogo do CENPALEO, que esteve na coordenação das escavações. "Na última década, dezenas de fósseis foram coletados nessa região, o que levou à descrição de novas espécies, particularmente de pterossauros. Essa nova descoberta de um dinossauro, o segundo da região, mostra a importância daquele sítio fossilífero que chamamos de 'cemitério dos pterossauros'", conta.
O Diretor do Museu, Alexander Kellner, que participou de algumas escavações em Cruzeiro do Oeste e é um dos autores do artigo publicado na revista científica Nature, conta quais partes do corpo foram encontradas: "Temos restos do crânio e mandíbula, coluna vertebral, cinturas peitoral e pélvica e membros anteriores e posteriores, o que torna "Bertha" um dos dinos mais completos já encontrados no período Cretáceo brasileiro". Mas, segundo Kellner, o que torna esse dinossauro genuinamente raro, é o fato de ser um terópode desprovido de dentes, o primeiro encontrado no país, "uma verdadeira surpresa!".
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