Desmatamento na Amazônia atinge alta de 33% em relação a 2020
Acumulado em 10 meses chegou a 9.742 km² de floresta destruída, pior índice dos últimos 10 anos
A Amazônia perdeu, no mês de outubro, 803 km² de floresta, acumulando 9.742 km² de devastação desde o início do ano, o pior índice em 10 anos. Apenas em comparação com o mesmo período de 2020, quando o desmatamento já havia batido a maior marca desde 2012, a destruição neste ano já apresentou crescimento de 33%.
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Segundo os dados, divulgados pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) nesta 4ª feira (17.nov), a área devastada em outubro de 2021 foi a segunda pior da última década, ficando atrás apenas da registrada em 2020, quando 890 km² de floresta foram desmatados.
No topo do ranking dos Estados que mais desmataram na Amazônia há seis meses consecutivos, o Pará foi responsável por 56% da destruição na região em outubro. A área devastada na região foi de 450 km², quase metade do território de Belém. Além disso, sete dos 10 municípios que mais destruíram a floresta ficam em solo paraense. Entre esses municípios, três estão concentrados ao longo da Rodovia Transamazônica, o que, segundo o Imazon, mostra uma nova localização do desmatamento no Estado.
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No Amazonas, segundo Estado que mais desmatou a Amazônia em outubro, a área destruída cresceu 39% em relação ao mesmo mês de 2020, passando de 76 km² para 106 km². A reigão já vinha chamando a atenção pelo crescente desmatamento pelo menos desde abril, quando liderou o ranking dos que mais devastam a floresta. Em outubro, assim como em meses anteriores, municípios do Sul do Estado como Lábrea e Apuí apareceram no ranking dos que mais desmataram na Amazônia.
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"Considerando que o Brasil reafirmou seu compromisso com o desmatamento zero na COP26 [a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, realizada nas últimas semanas em Glasgow, na Escócia], a área desmatada em outubro é preocupante, porque mostra que seguimos com patamares elevadíssimos de perda de floresta, que reportamos mês a mês. Estamos em um cenário ainda muito distante de atingir as metas que foram firmadas", alerta Antônio Fonseca, pesquisador do Imazon. Para ele, tais índices devem diminuir apenas quando não houver mais invasões de florestas públicas por grileiros.