Apenas 26% das brasileiras fizeram mamografia em 2021, diz pesquisa
Exame contra câncer de mama tem baixa adesão. Principal causa apontada é falta de atendimento no SUS
A baixa no número de mulheres que fizeram o exame de mamografia em 2021 acendeu sinal de alerta: apenas 26% das mulheres do país realizaram o exame neste ano. Entre quem tem de 45 a 55 anos, faixa etária que apresenta maior risco de desenvolver o câncer de mama, apenas 33% fizeram a mamografia até 1º de novembro, enquanto entre participantes com 56 anos ou mais, o índice é de 31%.
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Os dados são de pesquisa feita pela Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) com 1.264 mulheres de todo o Brasil. O estudo aponta ainda que apenas 26% das mulheres no país já fizeram uma mamografia este ano. Entre as que não possuem plano de saúde, o número cai para 15%.
A principal justificativa dada por quem não fez o exame foi não ter conseguido atendimento no SUS (25%), seguido do medo de contaminação pelo novo coronavírus (24%). Do total, 20% afirmam que pretendem marcar o exame em breve e 6% não o fizeram por medo de "encontrar alguma coisa".
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) alerta que, sem o diagnóstico precoce, as chances de cura diminuem. Segundo estimativa do Instituto, o país deverá registrar mais de 66 mil casos em 2021.
"Os dados coletados no levantamento são muito preocupantes e precisam servir como alerta. O diagnóstico precoce do câncer de mama é de extrema importância para que a mulher tenha mais chances de cura, e a demora na realização dos exames de rastreamento pode levar, nos próximos meses, a um aumento no número de casos em estágios mais avançados e de difícil tratamento", explica Maira Caleffi, presidente voluntária da Femama. "Apesar da pandemia de Covid-19 ainda não ter acabado, é de extrema importância que as mulheres, seguindo os protocolos de segurança, realizem a mamografia", ressalta.
A pesquisa também perguntou às mulheres se elas estão atentas a outros dois cuidados com a saúde que são considerados fatores comportamentais de risco para o câncer de mama: atividades físicas regulares e controle do peso corporal. Das entrevistadas, 60% afirmam não fazer exercícios regularmente.
Já em relação à obesidade, 64% dizem estar controlando o peso atualmente. As mulheres que responderam ?não? a essa pergunta afirmam que a ansiedade tem dificultado a regulação de seu peso (30%) e que a pandemia prejudicou esse controle (17%). Não ter acesso a um profissional nutricionista pelo SUS foi citado como justificativa por 14% das mulheres.
A pesquisa foi realizada pela Femama de forma online, entre os dias 22 de setembro e 1 de novembro e fazia parte da campanha de Outubro Rosa da Federação.
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