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Investidores preveem novas "ondas" de startups para os próximos anos

País conta com 16 mil organizações do tipo atualmente e, na América Latina, são 34 mil

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Num período de tantas transformações no modo de viver que foi a pandemia do novo coronavírus, empresas que trabalham com tecnologia enxergaram oportunidades de crescimento e mantiveram expectativas positivas. Entre elas, o Distrito, que atua como uma plataforma de aceleração, ou "investidor anjo", de startups - organizações em busca de um modelo de negócio repetível, inovador e escalável. E isso foi possível graças ao fato de a própria tecnologia ser resiliente a crises, segundo o CEO da companhia, Gustavo Araujo.

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Em suas palavras, "é natural no momento de crise as empresas buscarem, cada vez mais, escala, economia de custo, e a tecnologia acaba sendo uma maneira das empresas conseguirem fazer isso".

O Distrito auxilia empreendedores e startups a criarem modelos econômicos mais colaborativos, transparentes, eficientes e sustentáveis por meio da inovação proporcionada pelos novos aparatos tecnológicos e, dessa forma, segundo Araujo, teve anos "muito bons" na pandemia, no que diz respeito aos negócios.

Ele acrescenta que diversas empresas de tecnologia cresceram de forma acelerada no período e que o mercado de startups continuará em veloz ascensão daqui para a frente. O país conta com 16 mil organizações do tipo atualmente e, na América Latina, são 34 mil. Entre as próximas "ondas", deverão estar fintechs, ou seja, startups de serviços financeiros, grupos voltados à digitalização na área da saúde e mais.

Confira a entrevista na íntegra:

SBT News: Como foi para o Distrito no período mais crítico da pandemia? Tiveram que fazer algumas mudanças?

Gustavo Araujo: A gente mudou muito na pandemia. Foi um período difícil emocionalmente para todo mundo, de tensão também econômica mas para o Distrito que trabalha com tecnologia em termos de escala e de crescimento foram anos bons. A tecnologia é resiliente a crises financeiras, sanitárias porque é natural no momento de crise as empresas buscarem, cada vez mais, escala, economia de custo e a tecnologia acaba sendo uma maneira das empresas conseguirem fazer isso. É um setor que, às vezes, vai ainda melhor no momento de crise. É isso o que aconteceu com muitas empresas de tecnologia. Elas cresceram numa velocidade muito maior no momento de crise porque o mercado demandava isso.

SBT News: O que é ser "investidor anjo"?

Gustavo Araujo: Ser investidor anjo é apostar no futuro da economia em negócios inovadores, empreendedores que estão criando produtos digitais e, acima de tudo, acreditar nessa revolução que a gente está passando. Você une a vontade de participar desse futuro através de empreendedores que estão construindo startups, produtos para esse mercado cada vez mais digitalizado e também combina isso com o retorno financeiro. Porque, de certa maneira, quando essas startups crescem elas trazem também retornos exponenciais financeiros para os investidores que entraram nessas empresas. É uma atividade muito prazerosa porque estamos a todo momento conectados com as próximas ondas de comportamento, de tecnologia e também, claro, com a expectativa de ter retorno financeiro melhor do que produtos tradicionais.

SBT News: O que você vê para os próximos anos? Como você enxerga o mercado de startups?

Gustavo Araujo: A gente percebe que, no começo quando surgiu o termo "startup", existia uma pergunta se esse conceito, se esse termo, esse modelo de negócio era moda. Ou seja, empresas de tecnologia criando aplicativos, produtos digitais. "Será que essa moda vai passar?". E a gente percebe que não. Na verdade, isso está fundamentado numa transição de modelo econômico, de comportamento do consumidor. Então, hoje a gente vê que o mercado de startups só vai crescer. Já são hoje 34 mil startups na América Latina, 16 mil start-ups só no Brasil e, pela nossa análise de dados, a gente não vê nenhum indício de que a velocidade vai diminuir.

SBT News: Qual a próxima onda que vem por aí?  

Gustavo Araujo: Existem várias próximas ondas. Uma delas, por exemplo, é uma segunda onda de fintechs, start-ups de mercado financeiro. Você teve uma primeira onda de bancos digitais, que basicamente digitalizaram aquele processo que a gente precisava ir em uma agência pra fazer DOC, TED, transferência, contratação de um financiamento. Você não precisa mais, você faz tudo de maneira digital sem precisar de uma agência física. O mercado foi transformado. Agora a gente tem uma segunda onda que vem através do open-banking. Quando a gente olha o mundo inteiro, vamos pensar em um regulador que é pró-inovação, num governo que é pró-inovação, não dá para pensar em um regulador melhor do que o Banco Central ou a CVM aqui no Brasil, então, eles com o open-banking, com o PIX, incentivam muito a inovação no mercado e vem agora toda uma segunda onda de fintechs que trazem seguros, produtos de crédito, investimento, usando o open-banking como base que é, basicamente, a portabilidade, então você vai poder ter vários provedores de serviços financeiros e não só um grande banco onde você tem tudo. Então, isso muda bastante a dinâmica.

SBT News: Onde a tendência de digitalização já é visível?

Gustavo Araujo: Na saúde, a gente tem uma tendência muito grande de digitalização. A telemedicina está hoje naquele primeiro ano das fintechs em 2012, 2013, então isso traz eficiência de custo, traz especialidades para cidades onde às vezes você não tem um especialista de tórax e você, com telemedicina, consegue fazer com que um médico na capital atenda um paciente que está no interior. Então, você traz uma eficiência muito maior e uma medicina preventiva, porque o custo da saúde é alto quando ele é reativo. Quando ele é preventivo, ele é muito menor. Tem também o mercado de real estate, de propriedades também mudando muito. Mudando da posse para o acesso, então cada vez mais as pessoas tem grandes start-ups atuando nesse mercado que te entregam um apartamento totalmente reformado e pronto para você morar. Tem agora também os "I-renters", que é uma segunda onda de start-u de real state que, na verdade, elas nem compram os imóveis. Elas estão trabalhando no aluguel, então elas alugam o imóvel, reformam e realugam para alguém que quer tudo pronto. Então, a gente está vivendo, basicamente, uma transformação em vários setores e o e-commerce, claro, está explodindo.

SBT News: Qual o impacto no e-commerce?

Gustavo Araujo: O que está acontecendo agora é a onda "pós-covid no e-commerce" porque as empresas todas abriram suas lojas online. Qual é a preocupação que você tem no dia seguinte que abre sua loja online? Tem que encher ela, então, agora você tem uma segunda onda de startups que estão trabalhando na aquisição de clientes porque não adianta também ter a loja sem conseguir trazer clientes para consumirem e se relacionarem com você. Então, você tem estágios. O mercado vai maturando. Isso vale para fintech, para saúde, para e-commerce, então tem várias tendências que já estão começando a chegar no nosso dia a dia.

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