Ter que trabalhar e estudar ainda é motivo para que estudantes deixem a escola
Pesquisa Sesi/Senai reforça novo ensino médio focado para o trabalho e não só para universidade
A preocupação dos estudantes de ensino médio com o ingresso no mercado de trabalho está maior, o que pode prejudicar a continuidade e ampliação dos estudos, como cursos e graduação. Os dados são da pesquisa do Serviço Social da Indústria (Sesi) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), divulgada nesta 3ª feira (26.out).
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Para o levantamento, foram ouvidos mil alunos de escolas da rede pública de São Paulo e do Mato Grosso do Sul e da rede Sesi, que já estão inseridos no currículo do novo ensino médio. Também foram entrevistados mil estudantes do currículo tradicional.
De acordo com os dados, precisar trabalhar é o principal motivo para cerca de um terço dos estudantes cogitarem deixar a escola. Para a maioria dos entrevistados, o trabalho informal é a realidade, enquanto 35% dos estudantes acreditam que empreender será mais atraente no mercado de trabalho no Brasil. Ao mesmo tempo, metade dos alunos indica que ter emprego formal registrado em carteira é relevante, mas, segundo 28% dos alunos entrevistados, a falta de experiência, a falta de qualificação (17%) e a falta de oportunidade (12%) são os principais obstáculos para um jovem conseguir um emprego.
A insatisfação está relacionada principalmente com estudantes do ensino médio tradicional, sendo que, dos estudantes ouvidos, 17% já consideraram deixar a escola, enquanto, entre os estudantes do novo ensino médio, o percentual é de 13%.
"Hoje a escola prepara exclusivamente para os exames de ingresso na universidade, sendo que o acesso dos jovens de 18 a 24 anos ao ensino superior ainda é muito restrito, apenas 23,8% dessa faixa etária. O novo ensino médio e a formação profissional surgem nesse contexto para dar identidade social e oportunidades ao estudante que não ingressa direto no ensino superior, deseja ou precisa entrar no mercado de trabalho e não consegue por não ter qualificação", avalia o diretor-geral do Senai e diretor-superintendente do Sesi, Rafael Lucchesi.
A pesquisa mostrou ainda que estudantes do novo ensino médio avaliam o modelo como otimista, já que a integração da Formação Técnica e Profissional (FTP) e a inclusão de atividades voltadas para o projeto de vida auxiliam os alunos na qualificação profissional. Para 73% desses estudantes, a mudança é considerada positiva.
Veja reportagem do SBT Brasil: