Eduardo Cunha faz noite de autógrafos de livro sobre impeachment
Ex-deputado federal foi um dos principais responsáveis pelo desfecho de Dilma Rousseff
O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e a filha Danielle Cunha realizaram nesta 2ª feira (25.out) na Livraria Cultura da Avenida Paulista, em São Paulo, uma noite de autógrafos do livro Tchau, Querida: o diário do impeachment, que lançaram em 16 de abril pela Matrix Editora. A obra, de 808 páginas, narra bastidores de articulações de todas as forças a favor e contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, ocorrido em 2016, e faz um resgate histórico do período.
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Filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), o ex-deputado foi um dos principais responsáveis pelo desfecho de Dilma. Eleito para a presidência da Câmara em fevereiro de 2015, teve o seu mandato cassado em setembro do ano seguinte, após denúncias envolvendo seu nome na Operação Lava Jato. Preso e condenado, Cunha cumpriu quatro anos de detenção, sendo parte em regime fechado e parte em casa. No início de abril de 2021, a prisão foi revogada, e agora ele responde aos processos em liberdade. Seus direitos políticos estão suspensos até 2026.
Já Danielle, que é publicitária, quer se candidatar ao cargo que o pai ocupou pelo Rio de Janeiro. Ela já disputou a eleição em 2018, mas disse ao SBT News, em abril, que acreditava não ter se elegido devido ao momento de rejeição à política de um modo geral. Também é filiada ao MDB, mas está desconfortável e avalia mudar de partido para concorrer, pois lideranças da sigla não apoiaram o pai na época da cassação do mandato.
Cunha e a filha afirmam que Tchau, Querida traz "revelações bombásticas", entre as quais uma suposta atuação do ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante para prejudicar Dilma e sua articulação política. Outros eventos narrados dizem respeito ao trânsito do empresário Joesley Batista no meio político, como a organização de um encontro em sua casa em São Paulo entre Cunha e o ex-presidente Lula, na véspera do impeachment, e uma suposta interferência na nomeação de Henrique Meirelles para o cargo de ministro da Fazenda do governo Temer.
O livro fala ainda sobre os bastidores da votação da chamada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Bengala, que aumentou de 70 para 75 anos a idade em que ministros são aposentados compulsoriamente; a suposta oferta de um ministério por parte de Dilma para Cunha, para que não rompesse com o governo; conversas com Lula; a atuação do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro na época do impeachment; propostas para mudar a política brasileira; e trechos da defesa do ex-presidente da Câmara, entre outras coisas.
Em entrevista ao SBT News, Eduardo Cunha afirmou que trata-se de "uma obra muito importante que servirá de base histórica para estudos no futuro". Ainda em suas palavras, Tchau, Querida é fruto de "muitas horas de trabalho" e "procura mostrar tudo que aconteceu no país, desde a proclamação da República, até a passagem pelo Estado Novo, a Ditadura Militar e, consequentemente, a Constituição de 1988, até chegarmos no período em que Dilma Rousseff acabou com seu impeachment, passando pelo impeachment de Collor".
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