Eduardo Leite sobre eleições: "Não vou descer ao nível de Bolsonaro"
Ao SBT News, governador do RS rechaçou tratar adversários como inimigos e se mostrou otimista para 2022
O governador do Rio Grande do Sul oficializou nesta 3ª feira (21.set), em Brasília, a candidatura às prévias do PSDB. A sigla vai decidir em novembro quem será o nome que irá concorrer ao Palácio do Planalto. O gaúcho irá disputar a preferência de 1,3 milhão de filiados com outros três tucanos: João Doria, governador de SP, Tasso Jereissati, senador pelo Ceará, e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio.
Eduardo Leite destacou que, se for escolhido pelos tucanos, não quer fazer uma campanha de ataques. Para o governador, os únicos inimigos dele são os problemas que atingem a população brasileira. Eduardo Leite citou o desemprego, a inflação e a falta de confiança dos investidores estrangeiros no Brasil. "Não adianta ganhar a eleição polarizando, atacando, desfazendo imagens alheias, todo mundo conhece o presidente Bolsonaro e sabe o nível e a forma como ele faz política. Eu não vou descer a esse nível para debater, eu quero debater os problemas do país", ressaltou o governador.
Desde que declarou que quer ser candidato à presidência da República, Eduardo Leite tem sido alvo de críticas por parte do presidente Jair Bolsonaro. Em julho deste ano, o governador do RS assumiu ser gay depois de ataques homofóbicos de aliados de Bolsonaro, como o ex-deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, que está preso por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
Internamente no PSDB, o principal adversário do tucano gaúcho é o governador de São Paulo, João Doria, que administra o maior estado do país. Eduardo Leite destacou que, desde a redemocratização, os candidatos da sigla ao Palácio do Planalto sempre foram de São Paulo. A úncia exceção aconteceu, em 2014, quando o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves perdeu a disputa para a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
O governador do RS afirma que é o momento da sigla escolher um nome de outra região do país, e que ele pode ganhar visibilidade nacional. Durante entrevista ao SBT News, Eduardo Leite comemorou os dados divulgados pela pesquisa mais recente do Instituto Datafolha que mostrou ele e Doria com os mesmos 4% de intenções de voto para a disputa à Presidência com a diferença que a rejeição ao nome de Eduardo Leite é menos da metade do que a rejeição do governador de São Paulo.
Aos 36 anos, se Eduardo Leite for o escolhido nas prévias, ele enfrentará outro dilema, o da idade. Para ser presidente da República a idade mínima estabelecida pela Constituição do país é de 35 anos e há quem considere o governador muito novo para o cargo. Sobre isso, Eduardo Leite responde listando a gestão dele no Rio Grande do Sul, quando ele assumiu os salários do funcionalismo público estavam parcelados e os repasses para a área da saúde estavam atrasados. Sem citar Bolsonaro, que seguidamente critica os governadores por causa do valor de ICMS cobrado nos combustíveis, Eduardo Leite afirmou que vai começar o último ano de mandato com a redução do imposto dos combustíveis, energia e comunicações.
Assista à entrevista: