Polícia reconstitui assassinato de João Freitas em Carrefour no RS
Simulação dentro da loja ocorrerá em dois dias, primeiro com as testemunhas e, depois, com os réus
O Instituto-Geral de Perícias e a polícia gaúcha começaram a reconstituição da morte de João Alberto Freitas, espancado dentro de uma unidade do Carrefour em Porto Alegre, em 19 de novembro do ano passado. O trabalho começou na noite de 3ª feira (10.ago), na sede da polícia, também na capital gaúcha.
Oito testemunhas relataram as versões do crime para peritos criminais. Por volta da meia-noite, todos foram levados ao estacionamento do supermercado, na Zona Norte da cidade, para simular os fatos. A ação se estendeu até as 5h de 4ª feira (11.ago). A imprensa não teve acesso à simulação. Por questões de saúde, a viúva de João Alberto, Milena Alves, foi a única que não participou. Ela fazia compras com o marido quando ele foi agredido.
A reconstituição continua na 5ª feira (12.ago), quando cinco dos seis réus prometem reproduzir a versão apresentada em depoimento. Apenas o preso Magno Borges, que era segurança da loja, se recusou a participar. A polícia só vai se manifestar na 6ª feira (13.ago), durante coletiva de imprensa.
A perícia já concluiu que a causa da morte foi asfixia. Seis pessoas foram denunciadas por homicídio triplamente qualificado. O ex-PM que atuava como segurança Giovane Gaspar da Silva e o segurança Magno Braz Borges estão presos. São eles que entraram em luta corporal com a vítima após discussão. A fiscal de loja Adriana Alves Dutra está em prisão domiciliar. Os outros três -- dois funcionários e um terceirizado -- respondem em liberdade. Segundo a denúncia, Paulo Francisco da Silva impediu o socorro, Rafael Rezende deu chutes e Kleiton Silva Santos desferiu socos na vítima.
Peritos particulares contratados pela defesa de dois réus apresentaram um laudo que indica presença de drogas no sangue de João Alberto e sustentam que os efeitos da substância é que causaram a morte. "Se encontrou a substância de lidocaína, que é um anestésico local, meprobamato, um sedativo, e mais tolueno, um dos componentes da cola. O efeito dessa droga chega até o coma", disse o perito e médico legista Antonio Nunes Pereira.
O advogado da viúva rebate as acusações. Gustavo Nagelstein explica que João Alberto era fumante e tinha contato constante com solventes, já que trabalhava com pintura e solda. "Ele foi pisoteado e impossibilitado de respirar, e essa é a causa da morte", contesta.
Veja reportagem do SBT Brasil: