Sérgio Hondjakoff admite que estava em clínica fechada pela polícia
Conhecido pelo personagem "Cabeção", ator afirmou ter mentido antes para preservar o filho
O ator Sérgio Hondjakoff voltou atrás e admitiu que estava na clínica de reabilitação para dependentes químicos, fechada na última 4ª feira (4.ago), em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo. Em áudio ao qual o SBT News teve acesso, o ator afirmou ter mentido quando negou que estava internado na clínica interditada por manter pacientes em cárcere privado.
"É com muita vergonha que eu venho através desse áudio pedir desculpas às pessoas que gostam de mim e as que não gostam, enfim, as pessoas em geral. Quero pedir desculpas por ter gravado um vídeo ontem mentindo sobre a minha internação. Fui internado porque foi preciso e menti para preservar minha família e, principalmente, o meu filho que só tem um aninho de idade. Tudo o que está nas redes da internet fica lá para sempre e menti porque não queria que o meu filho não tomasse conhecimento um dia desse fato depois de ele ter nascido. Peço que entendam a minha situação e que me perdoem", disse Hondjakoff.
O ator não falou sobre as denúncias de maus-tratos, que levaram a polícia a fechar a clínica. Ele foi resgatado junto com outros 45 pacientes. Dois funcionários foram presos. Na 5ª feira (5.ago), Sérgio Hondjakoff, conhecido por interpretar o personagem "Cabeção?, na novela Malhação, da TV Globo, divulgou um vídeo em uma rede social afirmando que não estava no local. "Saiu na internet que eu estava internado em uma clínica, em cárcere privado. Não, mentira. Eu estou aqui com a minha mãe em Resende (RJ), estou curtindo aqui essas férias de inverno", disse ele.
Nesta 6ª feira (6.ago), a Polícia Civil de São Paulo convocou uma coletiva de imprensa. "Percebemos na clínica que todos estavam trancados no quarto, descumprindo prontamente a legislação penal, assim como todo um ajustamento de conduta que havia sido firmado com o Ministério Público", afirmou o delegado Vinícius Vieira. "Os internos reclamaram que as ligações eram controladas e feitas por viva voz na companhia de um funcionário da clínica, assim eles não conseguiam reclamar da situação que estavam passando no estabelecimento", disse a delegada Renata Lourenço.
Segundo a polícia, é a terceira vez que a clínica passa por diligências. O local é investigado por torturar pacientes. A clínica também foi lacrada pela Vigilância Sanitária de Pindamonhangaba. No estacionamento, foram encontradas caixas de remédios controlados escondidas no porta-malas do veículo de um paciente, sem qualquer prescrição médica. A chave do automóvel ficava sob responsabilidade dos funcionários da clínica. "Tudo indica que essa seria uma forma de burlar determinada fiscalização surpresa da Vigilância Sanitária", afirmou a delegada.
Internação custava a partir de R$ 800 e serviço era precário
Ao SBT News, a Polícia Civil contou que os pacotes mensais de internação na clínica custavam entre R$ 800 e R$ 1.100, e as condições de atendimento eram precárias. "A alimentação tinha basicamente salsicha e hambúrguer", afirmou o delegado Vinícius Vieira. A proprietária do estabelecimento vai responder por tortura, constrangimento ilegal e falsidade de documento.