Polícia do RJ procura pacientes atendidos por falsa médica
Mulher chegou a ser presa em flagrante, mas foi liberada após audiência de custódia
A polícia do Rio de Janeiro quer descobrir quais foram os pacientes atendidos por uma falsa médica, que usava o nome de uma profissional para dar plantões em unidades de terapia intensiva (UTIs). A farsa foi desmascarada pela mulher que teve o registro usado indevidamente.
Em vídeo, ela aparece fazendo a denúncia: "Aqui, pessoal, ó, falsa médica se passando por mim, ó!". Prontuários de atendimento comprovam a acusação. A falsa médica se chama Bruna assim como a verdadeira, mas tem outro sobrenome. Ela trabalhava em um hospital particular em Nova Iguaçu, na baixada fluminense, havia duas semanas. A suspeita é formada em medicina por uma universidade da Bolívia, mas ainda não fez a prova para validade o diploma no Brasil.
Segundo funcionários do hospital, a falsa médica deu plantão em duas UTIs. Após ser presa em flagrante, ela passou por uma audiência de custódia e foi liberada. Bruna vai responder em liberdade pelos crimes de falsidade ideológica e exercício ilegal da profissão. A direção da unidade de saúde alega que não contratou Bruna e que ela foi levada para os plantões pelo coordenador médico, contra quem apresentou uma queixa-crime.
Uma das pessoas atendidas por Bruna foi seu Valter, de 66 anos. Ele morreu no último final de semana, após passar quase dois meses internado por compliações de uma cirurgia de hérnia. A filha dele relatou: "Quando o meu pai foi pro CTI, eu estava chorando, muito nervosa, meu pai intubado, e ela veio conversar comigo, me acalmar, dizendo que ia ficar tudo bem".
Casos semelhantes foram registrados recentemente na capital fluminense. Em maio, um estudante de medicina foi preso quando trabalhava em um posto de saúde. Dias depois, o mesmo aconteceu com um homem que sequer tinha formação na área da saúde. Situações que poderiam ser evitadas com uma simples checagem dos dados dos profissionais no site do Conselho Regional de Medicina.
"A gente reforça e reitera sempre a necessidade dessa conferência ocorrer de forma bastante rigorosa, pra que a gente, então, evite esses contratempos", pontuou o presidente do CREMERJ, Walter Palis.
Veja reportagem do SBT Brasil: