Justiça manda prender PMs por tortura no interior de São Paulo
Imagens mostram policiais militares agredindo com um pedaço de madeira homem que se aquecia ao lado de fogueira
O Tribunal de Justiça Militar de São Paulo decretou, na noite desta 6ª feira (2.jul), a prisão preventiva do soldado Luis Gustavo Artioli e dos cabos Gonçalo Carlos Junior e Márcio Donizete Laudino. Os policiais militares agrediram a pauladas um homem que estava ao lado de uma fogueira na noite de 30 de junho, uma das mais frias do ano. A ação violenta ocorreu em Guariba, no interior de São Paulo, e foi filmada por uma testemunha.
(vídeo publicado na manhã desta 6ª, antes da decisão do Tribunal de Justiça Militar)
O caso passou a ser investigado pela Corregedoria da PM quando as imagens foram divulgadas em redes sociais. A versão inicial dos PMs presos foi de que o uso da força foi necessário porque o homem agredido teria reagido à abordagem. A história contada pela vítima é bem diferente. Ele afirma que estava acompanhado, mas os amigos dele foram liberados. Depois, teria levado chutes, socos e pauladas. A bicicleta dele também foi jogada na fogueira.
As agressões resultaram em lesões nas pernas, braços e cabeça da vítima, conforme mostra o prontuário médico ao qual o SBT News teve acesso. O Ministério Público foi favorável ao pedido de prisão dos PMs e afirmou que "o vídeo comprova que os policiais mentiram durante a investigação preliminar e que a vítima disse a verdade".
O juiz militar Ronaldo Roth, que determinou a prisão dos policiais, justificou em sua decisão que a liberdade deles traria prejuízos à investigação. Também afirmou que os cabos e o soldado são perigosos e que o crime de tortura cometido pelos PMs "gera na sociedade sensação de insegurança" e também "coloca em dúvida a credibilidade da instituição Polícia Militar".