Brasil
Operação que prendeu irmão de Witzel investiga apoio de PMs ao PCC
Interceptações telefônicas indicam que PMs prestavam apoio a ações da facção criminosa
A operação que cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do sargento da Polícia Militar de São Paulo Douglas Renê Witzel, nesta 5ª feira (22.abr), investiga 15 policiais militares, suspeitos de envolvimento com integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa do país.
A investigação começou há sete meses, com a identificação de criminosos ligados ao PCC que distribuíam armas e drogas na região de Itapira, a 150 quilômetros da capital paulista.
O documento que levou o Ministério Público e a Corregedoria da Polícia Militar a deflagrar a Operação Rebote tem quase 2500 páginas e reúne milhares de horas de conversas grampeadas sobre tráfico de drogas, roubos e julgamentos de pessoas que contrariavam ordens da facção.
De acordo com a investigação, o integrante do PCC Matheus Henrique Franco Ferreira, de 26 anos, também comandava uma quadrilha de furto a caixas eletrônicos. No mês passado, criminosos do grupo coordenado por ele invadiram um supermercado em Várzea Paulista, no interior de São Paulo. Duas pessoas foram presas, mas Matheus Franco está foragido.
Durante 1 hora e 57 minutos, os homens teriam ficado em contato telefônico com o cabo da Polícia Militar Rodolfo Luz e com o soldado Eliseu Forquilha. O documento diz que, "durante a ligação, ouve-se a ao fundo a comunicação do Copom (Centro de Operações de Policiais Militares), bem como os barulhos de demolição de parede, deixando claro que, no momento, os suspeitos estão furtando algum estabelecimento com arrombamento e o suposto policial está dando cobertura ao delito".
Os policiais chegaram a orientar os assaltantes a quebrar a parede que dá acesso aos caixas eletrônicos com menos barulho e monitoraram se havia viaturas por perto. "Pede para ele ir trabalhando mais devagar e não dar aquelas marretadonas", disse um dos PMs durante a ligação.
A investigação indica que, durante o crime, os policiais ligaram para o superior hierárquico deles, o terceiro sargento Douglas Witzel. Como eram os telefones dos bandidos, e não dos policiais, que estavam grampeados, o conteúdo do diálogo não foi divulgado.
Nesta 5ª feira, a promotoria cumpriu mandados de busca e de prisão nas cidades de Itapira, Mogi Mirim, Mogi Guaçu, Estiva Gerbi, Valinhos, Indaiatuba, Jundiaí e Várzea Paulista. Foram apreendidas armas, drogas e dinheiro.
Os policiais Rodolfo Luz e Eliseu Forquilha foram presos preventivamente e aguardam audiência de custódia no Presídio Militar Romão Gomes, em São Paulo, agendada para esta 6ª feira (23.abr).
De acordo com o boletim de ocorrência, havia um mandado de busca e apreensão, expedido pela Justiça Militar, contra Douglas Witzel, após a investigação ter identificado o envolvimento de policiais militares em furtos de caixas eletrônicos.
O sargento acabou preso porque, no apartamento dele, foi encontrado um revólver calibre 38 com a numeração raspada e municiado com seis cartuchos intactos, além de uma pistola de brinquedo. A participação dele e de outros policiais no esquema ainda é investigada.
Em 2020, Douglas Witzel foi candidato a vereador de São Paulo pelo PSB, mas não foi eleito. Ele é irmão do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que está afastado do cargo por investigações de corrupção e lavagem de dinheiro. Nem a defesa de Douglas nem Wilson Witzel se pronunciaram.
O Partido Socialista Brasileiro (PSB), disse em nota, que Douglas Renê Witzel pôde filiar-se em data muito próxima ao início das eleições por ser policial militar, e alegou que não tinha informações sobre as atividades dele fora da profissão.
O Ministério Público do Estado de São Paulo esclareceu que "tem 30 dias para encerrar as investigações, ouvindo os investigados e examinando os materiais apreendidos (documentos e equipamentos eletrônicos), para apresentar a denúncia perante a Justiça Pública, e os investigados podem responder por crimes de organização criminosa, tráfico de drogas, associação para o tráfico, homicídio e ocultação de cadáver".
Assista à reportagem completa do SBT Brasil:
Leia mais:
+ Policial irmão do governador do RJ, Wilson Witzel, é preso em SP.
+ Falha em contabilidade provocou racha entre integrantes do PCC
A investigação começou há sete meses, com a identificação de criminosos ligados ao PCC que distribuíam armas e drogas na região de Itapira, a 150 quilômetros da capital paulista.
O documento que levou o Ministério Público e a Corregedoria da Polícia Militar a deflagrar a Operação Rebote tem quase 2500 páginas e reúne milhares de horas de conversas grampeadas sobre tráfico de drogas, roubos e julgamentos de pessoas que contrariavam ordens da facção.
De acordo com a investigação, o integrante do PCC Matheus Henrique Franco Ferreira, de 26 anos, também comandava uma quadrilha de furto a caixas eletrônicos. No mês passado, criminosos do grupo coordenado por ele invadiram um supermercado em Várzea Paulista, no interior de São Paulo. Duas pessoas foram presas, mas Matheus Franco está foragido.
Durante 1 hora e 57 minutos, os homens teriam ficado em contato telefônico com o cabo da Polícia Militar Rodolfo Luz e com o soldado Eliseu Forquilha. O documento diz que, "durante a ligação, ouve-se a ao fundo a comunicação do Copom (Centro de Operações de Policiais Militares), bem como os barulhos de demolição de parede, deixando claro que, no momento, os suspeitos estão furtando algum estabelecimento com arrombamento e o suposto policial está dando cobertura ao delito".
Os policiais chegaram a orientar os assaltantes a quebrar a parede que dá acesso aos caixas eletrônicos com menos barulho e monitoraram se havia viaturas por perto. "Pede para ele ir trabalhando mais devagar e não dar aquelas marretadonas", disse um dos PMs durante a ligação.
A investigação indica que, durante o crime, os policiais ligaram para o superior hierárquico deles, o terceiro sargento Douglas Witzel. Como eram os telefones dos bandidos, e não dos policiais, que estavam grampeados, o conteúdo do diálogo não foi divulgado.
Nesta 5ª feira, a promotoria cumpriu mandados de busca e de prisão nas cidades de Itapira, Mogi Mirim, Mogi Guaçu, Estiva Gerbi, Valinhos, Indaiatuba, Jundiaí e Várzea Paulista. Foram apreendidas armas, drogas e dinheiro.
Os policiais Rodolfo Luz e Eliseu Forquilha foram presos preventivamente e aguardam audiência de custódia no Presídio Militar Romão Gomes, em São Paulo, agendada para esta 6ª feira (23.abr).
De acordo com o boletim de ocorrência, havia um mandado de busca e apreensão, expedido pela Justiça Militar, contra Douglas Witzel, após a investigação ter identificado o envolvimento de policiais militares em furtos de caixas eletrônicos.
O sargento acabou preso porque, no apartamento dele, foi encontrado um revólver calibre 38 com a numeração raspada e municiado com seis cartuchos intactos, além de uma pistola de brinquedo. A participação dele e de outros policiais no esquema ainda é investigada.
Em 2020, Douglas Witzel foi candidato a vereador de São Paulo pelo PSB, mas não foi eleito. Ele é irmão do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que está afastado do cargo por investigações de corrupção e lavagem de dinheiro. Nem a defesa de Douglas nem Wilson Witzel se pronunciaram.
O Partido Socialista Brasileiro (PSB), disse em nota, que Douglas Renê Witzel pôde filiar-se em data muito próxima ao início das eleições por ser policial militar, e alegou que não tinha informações sobre as atividades dele fora da profissão.
O Ministério Público do Estado de São Paulo esclareceu que "tem 30 dias para encerrar as investigações, ouvindo os investigados e examinando os materiais apreendidos (documentos e equipamentos eletrônicos), para apresentar a denúncia perante a Justiça Pública, e os investigados podem responder por crimes de organização criminosa, tráfico de drogas, associação para o tráfico, homicídio e ocultação de cadáver".
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